Por muito tempo a industrialização via os resíduos como lixo, de forma linear: produção, uso e descarte. Atualmente já sabemos que precisamos, assim como a natureza, lidar com tudo de forma circular: produção, uso e retorno para a indústria. E é sobre isso que se trata a valorização de resíduos, o processo de retornar aquilo que seria jogado fora, para a cadeia produtiva.

O que são resíduos?

Resíduos é todo aquele material que sobra depois da produção de algo ou do seu uso, que poderá ser reaproveitado em outro lugar. Antigamente estas sobras eram consideradas lixo e eram simplesmente descartadas em algum lixão (de forma ilegal e irregular), porém, hoje já sabemos que lixo não existe e que, quase tudo, pode ser reaproveitado, o que chamamos de resíduos.

Os resíduos possuem diversos tipos de classificação, pela sua origem, indústria e  periculosidade. Aqui vamos trabalhar com o conceito de Resíduos Sólidos, classificado pela NBR 10004 (ABNT) como resíduos perigosos e não perigosos.

Dentro daqueles não perigosos, que costumamos lidar em nosso dia-a-dia, estão os resíduos recicláveis, orgânicos, reaproveitáveis ou rejeitos (PNRS).

Como praticar valorização de resíduos

A valorização de resíduos pode ser feita de várias formas, já que ela corresponde a darmos uma nova utilidade para aqueles materiais que já não teriam uso e seriam descartados.

Dentro de casa podemos falar de reaproveitamento e upcycling para materiais que podem ganhar novos usos ali mesmo; compostagem caseira para os resíduos orgânicos; ou separação para a coleta seletiva.

A valorização de resíduos também pode ser feita na própria indústria produtora, como aquelas que possuem tratamento de água usada na produção, que poderá ser reutilizada de alguma forma, ou empresas que, por exemplo, usam sobras de materiais para criar algo novo.

Por fim, existe a valorização de resíduos que acontece em larga escala em aterro sanitário, o que chamamos de ecoparques, já que estes lugares têm o objetivo de ser realmente um parque de tratamento ecológico. 

Apesar do ecoparque não ser uma classificação oficial, consideramos importante fazer a distinção em relação a um aterro sanitário comum, já que este segundo tem como propósito apenas conter os impactos negativos dos resíduos, tratando-os como rejeito, enquanto em um ecoparque há a valorização, aproveitando o máximo de tudo o que chega. Algumas das formas de valorização de resíduos nestes lugares são:

Reciclagem

Geralmente atrelamos a reciclagem à coleta seletiva, porém, em aterros sanitários onde há a presença de Unidades de Triagem Mecanizada, é possível extrair os materiais recicláveis do resíduo sólido urbano (RSU) comum. Dessa forma, materiais que seriam rejeitados ganham uma nova vida.

Geração de biogás e biometano

Matérias orgânicas que vão para a decomposição anaeróbica (sem oxigênio), emitem um gás rico de metano e carbono, tendo assim a possibilidade de ser usado como combustível. Na valorização de resíduos orgânicos, é possível captar este gás transformando em biogás ou biometano para ser usado para aquecimento, geração de energia elétrica e até combustível renovável.

Fertilizante orgânico

Ainda, materiais orgânicos podem também ser destinados para a produção de fertilizante orgânico, através da compostagem industrial, processo de decomposição do material com a utilização de oxigênio, que gera um rico adubo podendo ser usado pela agricultura, parques e até hortas caseiras.

CDR

O CDR, combustível derivado de resíduos, é advindo da valorização de resíduos com alto valor calorífico, que não podem nem ir para reciclagem, nem podem ser compostados ou gerar biogás. Exemplos são: alguns tipos de plástico, madeira ou papel higiênico. Este resíduo forma um blend que pode ser usado como combustível para flares, como os da indústria cimenteira, substituindo os combustíveis fósseis.

Qual a importância dos resíduos na economia?

Enquanto o mundo sofre cada vez mais com a dificuldade e complexidade de extrair novos recursos da Terra, processo que acarreta graves impactos ambientais, todos os dias descartamos milhares de toneladas de materiais que poderiam ser reaproveitados. Segundo a ISWA (Associação internacional de resíduos sólidos), a humanidade passará de produzir 2 bilhões de toneladas/ano em 2016 de resíduos para 3,4 bilhões de toneladas em 2050. 

Na América Latina o Brasil é o maior produtor de resíduo, porém, o país tem uma vantagem, um grande produtor de resíduos orgânicos devido a agricultura, que pode colocá-lo como um dos principais produtores de energia renovável no mundo, com capacidade de exportação.

Além disso, conforme a ABRELPE, os investimentos para a valorização de resíduos deve chegar em R$ 30 bilhões até 2040, valor abaixo do que se gasta hoje com saúde e meio ambiente devido aos impactos de resíduos sólidos não valorizados, como: poluição de solo e águas, impacto na saúde pública, emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

Investir na economia circular é gerar economia mais de uma vez em um mesmo produto, otimizando os ganhos. Ainda, com a construção de ecoparques e outros ambientes propícios para valorização de resíduos, há a melhora das condições de trabalho de pessoas como os catadores, que muitas vezes trabalham em condições insalubres e desvalorizadas.

As vantagens de reaproveitar/valorizar de resíduos

As vantagens da valorização dos resíduos, como pudemos ver acima, está muito ligada à minimizar a quantidade de materiais que vão para aterros ou para a natureza, além de criar oportunidades econômicas, porém, ainda temos outras vantagens.

Com a valorização de resíduos evitamos uma série de danos ambientais, como: a emissão de metano na atmosfera, a necessidade do uso de combustível fóssil não renovável, a carência de minerais que acaba levando a extrações ilegais, a sobrecarga de espaços que recebem os resíduos de forma incorreta.

São por estes motivos que a Orizon segue apostando em diversas tecnologias de valorização de resíduos. Conheça todas as soluções em nosso site.