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Energia Renovável como mecanismo da sustentabilidade

Energia Renovável como mecanismo para sustentabilidade
Energia Renovável como mecanismo para sustentabilidade

O mundo tem um desafio: limitar o aumento da temperatura da Terra em 1,5 °C até o ano de 2025, meta que, infelizmente, não deve ser alcançada pela continuidade do alto nível de emissão de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Para reverter este quadro com eficácia, precisamos ir à raiz do problema, os combustíveis fósseis, e investir em energia renovável como mecanismo de sustentabilidade.

Combustíveis fósseis e seu impacto

Os combustíveis fósseis são aqueles advindos da queima do material formado pela decomposição de organismos vivos, ocorrida há milhões de anos, resultando em materiais como o petróleo, o gás natural e carvão mineral.

Apesar do combustível fóssil fornecer cerca de 80% da energia mundial, ele possui diversos impactos ambientais e sociais, como:

  • Ser o principal emissor de GEE devido ao seu alto uso, como nos transportes, geração de eletricidade e calor, assim como na indústria. Este fenômeno acelera o aquecimento da Terra, impactando diretamente em nossa biodiversidade.
  • Seus impactos ambientais ainda incluem emissão de gases como o dióxido de enxofre, que contribui para a formação de chuva ácida.
  • A inalação desses gases também é prejudicial para a saúde humana.
  • Por ser um combustível não renovável, o uso excessivo gera escassez e aumento de preço, tornando o seu uso inviável no futuro.
  • Sua exploração causa degradação da área explorada, poluição da água, além de ser vulnerável a diversos acidentes ambientais, como o vazamento de petróleo nos mares, degradação da área 

A urgência da transição energética

Hoje, a maior preocupação que temos referente o uso de combustíveis fósseis é a sua concentração de gases que agravam o efeito estufa. Se não houver uma transição energética para fontes verdes e renováveis, aliviando a pressão dos gases na atmosfera, arriscamos ultrapassar o 2º C de aumento da temperatura da Terra.

Segundo o IPCC, no relatório de Mitigação da Mudança Climática de 2022, a meta de manter o aumento da temperatura em até 1,5 °C será alcançada apenas se as emissões globais de GEE atingirem o seu limite antes de 2025 e forem reduzidas em 43% até 2030. Nesta meta, a emissão do metano também precisará ser reduzida cerca de um terço e, mesmo assim, espera-se que nós vamos exceder, ao menos por um período, este limite de temperatura.

O aquecimento da Terra provoca uma diversidade de danos ambientais que impactam a biodiversidade planetária, com extinção de espécies animais e vegetais, desertificação das florestas, elevação do nível do mar e eventos ambientais extremos. O que afetará a vida humana, com vindas de novas doenças, falta de água e alimentos, temperaturas extremas que mudam a vida como conhecemos, etc.

E como fazemos para limitar o aquecimento da Terra? Ainda, conforme o IPCC, é necessário grandes transições no setor energético, através da redução drástica do uso dos combustíveis fósseis, melhora na eficiência energética e uso de combustíveis alternativos.

Energia Renovável como mecanismo da sustentabilidade

Podemos ver, portanto, que para um futuro sustentável é imprescindível a utilização da energia renovável como mecanismo da sustentabilidade, sendo urgente a educação sobre e o acesso às energias renováveis já disponíveis.

Existem uma série de alternativas para energia mais limpa, o que é uma excelente notícia, por entendermos da importância em se ter soluções descentralizadas e acessíveis, além de considerar que alguns tipos de energia renováveis podem não só diminuir a emissão de GEE, como ser a solução para outros problemas ambientais e econômicos, se enquadrando perfeitamente em necessidades atuais do mercado, como a economia circular.

Energia renovável e a economia circular

No Brasil, a grande matriz energética elétrica é a hidrelétrica, representando em 2020 aproximadamente dois terços da geração elétrica do país. Conforme o Portal Energético, é esperado que até 2025 esse percentual caia levemente, para 58,1%, abrindo espaço a outras matrizes renováveis, como a eólica (14,1%), solar (4,3%) e de gás (9,9%).

Porém, ainda podemos destacar o potencial do país para a produção de outros tipos de energias renováveis, por exemplo, a geração de biogás.

O biogás é uma fonte energética produzida a partir da decomposição de resíduos orgânicos, que podem vir desde os agrícolas, até aqueles advindos do saneamento básico, resultando em energia elétrica, gás natural ou biometano.  Este setor cresce a cada ano. Em 2021 ele representou 1,4% da energia produzida no Brasil, com um crescimento de 9,5% em relação a 2019. Com os investimentos corretos, pode atender a 34,5% da demanda elétrica do país.

No Brasil, 74% da energia do biogás ofertado partem dos resíduos de saneamento, mostrando a grande oportunidade para gerenciar os resíduos sólidos de forma circular e responsável, transformando o que seria um rejeito poluente, em matéria energética renovável.

Se o futuro é circular, devemos pensar não somente nas emissões de GEE advindas dos combustíveis, mas sim destacar a importância de alternativas sistêmicas, como o caso do biogás, o qual tem impacto positivo diretamente na gestão de resíduos. 

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