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ESG: o que contempla o “G” do ESG

Ao falar de sustentabilidade nas empresas precisamos abordar a transparência e a acessibilidade de informações. Em um momento que existe muita desinformação, é necessário responsabilidade. É por isso que entender o que é a Governança e o que contempla o “G”do ESG é tão importante para as organizações que estão inovando.

A Governança é uma forma de assegurar que todas as partes envolvidas – stakeholders –, sejam contemplados nas estratégias da empresa, como os colaboradores, gestores, investidores, fornecedores, clientes e comunidade.

O primeiro código de boas práticas de Governança Corporativa surgiu em 1992 na Inglaterra, com o Relatório de Cadbury, que incentivou maior envolvimento e comunicação das partes envolvidas da empresa, ajudando assim a dar início a uma série de práticas de transparência das organizações.

O que contempla o “G” do ESG

Quando falamos de ESG estamos tratando da forma que a empresa apresenta suas estratégias de sustentabilidade, alinhadas com as ODS, o Pacto Global e Agenda 2030, para seus investidores (no caso daquelas com capital aberto).

A Governança Corporativa, alinhada com o ESG, é uma excelente ferramenta para que as companhias ganhem visibilidade e autoridade em seu mercado, retenha talentos e sejam relevantes para os consumidores, assim se destacando no mercado financeiro.

Toda essa estratégia, de acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), é feita com base em quatro princípios:

Transparência: disponibilizar aos stakeholders informações relevantes além daquelas previstas em leis e regulamentos, que contemplem não apenas o desempenho econômico, mas também todas ações que valorizam a empresa.

Equidade: dar acesso às mesmas oportunidades a todas as partes interessadas, levando em conta seu grupo de pertencimento, eliminando os aspectos de vulnerabilidade e tratando a todos com justiça. 

Prestação de Contas (accountability): prestar contas de forma clara, acessível, objetiva, atendendo diferentes graus de entendimento, com responsabilidade e transparência.

Responsabilidade Corporativa: cuidar para reduzir os impactos negativos do negócio e aumentar os positivos. Para isso existem diversas frentes de atuação, como o econômico, social, ambiental, etc.

Apesar de não existir uma regra ou determinação de como devem ser aplicados esses princípios, já que cada organização terá suas particularidades – como: área de atuação, pontos de interesse alinhados à cultura empresarial, limites e forças -, foi criado o Código de Conduta de Governança Corporativa – Companhias Abertas para auxiliar as empresas a implementarem suas estratégias.

O código foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Interagentes (GT Interagentes), coordenado pelo IBGC, e formado por onze importantes entidades ligadas ao mercado de capitais.

São 55 códigos divididos em:

  • Princípios: estabelecendo condutas refletidas no Código.
  • Fundamentos: que embasam e explicam os Princípios.
  • Práticas Recomendadas: as regras de condutas fruto dos Princípios.

Os princípios e o Código de Conduta servem como norteadores para o desenvolvimento da Governança Corporativa da empresa.

Governança Corporativa na Prática

Como dito acima, cada empresa pode trabalhar princípios da Governança Corporativa de acordo com a sua realidade, porém, existe uma ética onde devemos comunicar com transparência quais ações foram ou não foram realizadas.

Para isso existe o modelo “Aplique ou explique”, entendendo que a aplicação dos princípios mais flexível, um caminho de aprendizagem e evolução, sem afastar as empresas dos princípios de desenvolvimento sustentável.

No modelo “Aplique ou explique” os princípios que ficarem de fora das estratégias de Governança devem ser justificados para os stakeholders, enquanto os que foram aplicados serão relatados com maior profundidade.

Aplicabilidade no Mercado Financeiro

De acordo com a IBGC, na quinta edição do estudo Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes das Companhias Abertas Brasileiras (2022), aumentaram as práticas de governança nas companhias abertas, porém, ainda existem gargalos a serem superados. 

As companhias que se destacaram foram aquelas que estão dentro do Novo Mercado, programa da B3 que estabelece um padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas aberturas de capital.

Tendo em vista que, cada vez mais investidores buscam empresas alinhadas com as práticas de sustentabilidade e ESG, é essencial que cada vez mais empresas adotem a transparência como uma ferramenta de diálogo e evolução do mercado.

Um dos pontos levantados dentro do estudo realizado pela IBGC é justamente o questionamento das intenções das empresas que estão adotando o modelo “Aplique e Explique” dentro da sua estratégia de Governança. Se é um movimento da evolução das empresas ou apenas uma obrigatoriedade do mercado.

Portanto, é de suma importância que os investidores façam análises mais profundas dos relatórios e histórico da empresa, a fim de entender como as estratégias de governança aparecem na rotina empresarial.

É também interessante levantar este ponto de consciência das organizações, onde as estratégias devem ir muito além da visibilidade, mas sim refletir em como evoluir suas ações e impactos.

Com a Governança fechamos o ciclo de aprofundamento sobre cada aspecto do ESG. Para entender o conceito completo confira também:

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