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Reciclagem no Brasil e no Mundo

A história da reciclagem

Desde quando a civilização humana existe, o lixo existe também. Antes, como nômades, ele ficava pelo caminho, com a domesticação de animais e plantas e o desenvolvimento de civilizações estáticas formou-se um conglomerado de pessoas nas cidades e a questão do lixo que nunca foi problema agora se tornava um. 

Na idade Média, a preocupação com a questão sanitária e de saúde fez com que as primeiras iniciativas de coleta de lixo fossem criadas. Entre os séculos XVIII e XIX com a Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial houve um considerável aumento na quantidade de lixo e também alteração do tipo por classificação do de lixo gerado. Isso complexificou bastante os tipos de materiais descartados, antes compostos basicamente por material orgânico e agora com a inclusão de materiais provenientes de processos industriais como eletrônicos, químicos e radioativos, por exemplo. A produção de lixo foi aumentando junto com a evolução da humanidade.

O que é reciclagem?

A Reciclagem é definida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) como a transformação dos resíduos sólidos através de processos que envolvem alterações em suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas. Tal processo tem como objetivo a transformação do resíduo que seria descartado em matéria prima ou em novos produtos. 

É bastante comum confundir os processos de reciclagem com os de reutilização e redução, porém se tratam de etapas diferentes do processo de destinação do Resíduo. Reciclar é transformar o material inicial através da alteração da sua composição, reutilizar significa adaptar o material para outro uso sem o transformar e reduzir é a etapa inicial do processo que visa a diminuição do volume de resíduo gerado.

Como funciona a Reciclagem?

Para que seja possível reciclar, o resíduo tem que estar separado de acordo com sua composição, já que cada tipo possui um processo específico de reciclagem, quanto melhor separado e menos contaminado e sujo, daí vem a importância de se retirar o excesso de rejeitos e resíduos orgânicos dos recicláveis antes de descartar, maior será a qualidade do resíduo e mais eficiente será sua reciclagem. É muito importante que essa separação seja feita na fonte geradora do resíduo, já que depois de sair da sua casa, escritório ou da indústria ele passará por vários processos de transporte até chegar na esteira de reciclagem.

A melhor forma de separar os tipos de resíduo é basicamente em 3 parcelas:

  1. Rejeitos: São materiais que não possuem possibilidade de reciclagem e que, portanto, precisam ser enviados para os aterros sanitários para a disposição ambientalmente correta como: o lixo do banheiro, bitucas de cigarro, materiais adesivos etc;
  2. Recicláveis orgânicos: Restos e sobras de comida, cascas e sementes de frutas, legumes e verduras, aparas de madeira, resto de podas e outros materiais que podem ser transformados em adubo através de processos como o da compostagem;
  3. Recicláveis secos: plásticos (estes são separados de acordo com a sua composição ,), papel e papelão, metal, alumínio, vidro e todos os outros materiais passíveis de processos de reciclagem.

A etapa seguinte à separação na fonte é a coleta do material devidamente separado e higienizado, o resíduo segue através da coleta seletiva para as centrais de triagem, que vão separar de acordo com o tipo de resíduo e encaminhar para os destinos de reciclagem de cada um.

Para além da coleta seletiva (iniciativa pública ou privada retirando na fonte geradora o resíduo separado), existe a possibilidade de encaminhar os resíduos recicláveis para Postos de entrega voluntária  (PEV) ou ecopontos.

Outra forma de separar os resíduos recicláveis é através de Usinas de Triagem Mecanizadas (UTM), essa tecnologia permite a separação qualificada diminuindo muito o tempo, a UTM permite que os agentes ambientais atuem apenas depois da primeira etapa mecanizada de separação.

Outros materiais com reciclagem específica

A complexidade dos produtos que consumimos traz especificidades de descarte de alguns materiais, por isso sua segregação correta no local gerador é fundamental e importante para potencializar o processo de reciclagem, veja abaixo: 

  • Resíduos Eletrônicos podem ter seus componentes reaproveitados ou reciclados, separando as partes de interesse;
  • Entulhos podem ser reciclados através da trituração do material em máquinas e reutilização em pavimentação de vias, por exemplo. Para esse resíduo é importante que os ferros sejam separados dos demais entulhos para que o processo de trituração possa ser feito;
  • Isopores apesar de serem 100% recicláveis apenas 34% do isopor produzido no Brasil é reciclado, eles podem ser separados junto com os recicláveis secos;
  • Lâmpadas fluorescentes podem ser recicladas porém os produtos químicos presentes nelas tem alto potencial de contaminação, por isso a importância de destiná-los a pontos de entrega voluntária (PEV);
  • Pilhas e baterias também possuem alto potencial de contaminação, precisando ser encaminhadas a PEV’s. Elas podem se transformar em pigmentos para fogos de artifício, pisos cerâmicos, vidros, tintas dentre outros;
  • Óleo de cozinha pode ser encaminhado para PEV’s também, mas esse resíduo pode ser transformado em sabão por um processo simples que pode ser feito em casa ou encaminhado a iniciativas específicas que fazem esse processo.

Reciclagem no mundo e no Brasil

O contexto de disponibilidade de recursos, organização, estruturação de políticas públicas e cultural faz com que no mundo se recicle muito mais do que no Brasil. Segundo a PUC-RIO  Alemanha recicla 56,1% do seu resíduo, a Áustria 53,8% e a Coreia do Sul 53,7% sendo processos instaurados há mais tempo do que aqui. 

Segundo o mesmo estudo, no Brasil, os primeiros programas de reciclagem surgiram há cerca de 30 anos e o país lidera mundialmente a reciclagem de alumínio com 87,2% sendo reaproveitado. Com o papel reciclamos 52,3%  do que é produzido. 

Em 2010 foi implementada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) sendo a primeira normativa específica com relação a gestão integrada de resíduos sólidos considerando redução, reutilização e reciclagem como ponto de partida.

Segundo o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil de 2021, atualmente o país ainda não coleta 7,8% do resíduo gerado e a coleta é feita de forma difusa entre as regiões. Assim, somente a região Sudeste, Sul e Centro-oeste já alcançaram índices de coleta superiores à média nacional (92,8%). As regiões Norte e Nordeste ainda não coletam cerca 20% dos resíduos e atingem a média de coleta de aproximadamente 80%. 

Créditos de Reciclagem

Com a disseminação de práticas mais alinhadas ao contexto ambiental e da valorização de práticas ESG (Environment, Social and Governance) pelo mundo, a questão da responsabilidade sobre o ciclo completo do resíduo (da geração ao descarte) vem tomando mais força e abrindo espaço para mecanismos como o Crédito de Reciclagem. Com esse mecanismo o setor privado tem o papel de viabilizar a logística reversa, isso significa que se produziu, vendeu e consumiu, precisa recolher.

Por que reciclar

O fato do Resíduo ser considerado reciclável não significa que ele entrará de fato na cadeia de reciclagem, para que isso ocorra existe a necessidade de engajamento da população e do processo de separação em casa e nas empresas, do setor privado cumprindo o que a PNRS define e também de aspectos como a demanda do setor de reciclagem pelo material, valor de mercado, facilidade de armazenamento e processamento do material entre outros fatores

O consumo de energia, de água e a emissão de gases de efeito estufa no processo fazem com que a necessidade de redução seja eminente, tanto para os cidadãos em casa (se conscientizando de destinar corretamente seus resíduos gerados) como por adoção de políticas mais sustentáveis dentro das empresas que consideram aspectos da economia circular e que ofereçam mais responsabilidade com o manejo do resíduo, cumprindo com suas responsabilidades definidas pela PNRS.

Além de benefícios ambientais que a implementação de processos de reciclagem traz, a questão social atrelada aos trabalhadores do setor de resíduos do Brasil é bastante delicada. Muitos agentes ambientais (ou catadores) trabalham sob condições perigosas, sem infraestrutura mínima e muitas vezes vivendo em condições consideradas abaixo da linha da pobreza.

A responsabilidade social das empresas vem do comprometimento de engajamento e incorporação desses trabalhadores, oferecendo melhores condições de trabalho e de vida.

A reciclagem então reduz a retirada de matérias-primas da natureza que seriam usadas para a produção de novos produtos, colabora com a limpeza e saúde pública e ainda gera empregos sendo coletiva a responsabilidade de sua implementação.

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