Cidades Inteligentes, ou Smart Cities, são aquelas que se utilizam de softwares inteligentes para mapear os desafios e necessidades locais, para, então, desenvolver alternativas que integram mobilidade, sustentabilidade, qualidade de vida e economia.
Internet das Coisas e as Cidades Inteligentes
Cidades inteligentes são compreendidas através da ascensão da Internet das Coisas (IoT). Nesse contexto, hardwares e softwares são integrados a objetos comuns, conectados à internet. Essa conexão permite coletar dados sobre comportamentos individuais e coletivos, impulsionando inovação e eficiência tecnológica.
A internet das coisas modificou substancialmente a forma em que a indústria percebe os padrões da sociedade e propõe soluções para resolver problemas. Essa tecnologia está atualmente integrada desde nas pequenas facilidades do cotidiano, como em um relógio que monitora a saúde de um indivíduo, até em problemas mais complexos, como no estudo do tráfego nas cidades.
Portanto, ao integrar o comportamento individual e coletivo, a IoT possibilita que as cidades possam avançar e prosperar atendendo as reais necessidades da sociedade, desenvolvendo as Cidades Inteligentes.
O que são as Cidades Inteligentes
As cidades inteligentes surgiram na década de 1990. Usando a tecnologia, elas resolvem problemas das cidades modernas. Isso inclui falta de segurança, trânsito, ineficiência nos serviços, impactos ambientais, educação e qualidade de vida.
Atualmente podemos encontrar diversas cidades pelo mundo que já estão se tornando inteligentes e transformando a realidade da sua população.
Um ótimo exemplo é Singapura, líder global em desenvolvimento sustentável, que em 2014 lançou o programa Smart Nation (Nação Inteligente), que possibilitou a regulamentação do tráfego, expansão de áreas verdes e planejamento urbano sustentável, além da gestão eficiente de resíduos urbanos, redução de emissões de carbono e eficiência energética.
Para se tornar uma cidade inteligente, é necessário estar conectada com a tecnologia de dados e ter uma governança eficaz. Essa governança deve possibilitar a colaboração entre gestão pública, empresas e sociedade. Juntos, eles trabalharão no levantamento de problemas, criação e aplicação de soluções.
Algumas características de uma cidade inteligente são:
- Economia Inteligente: Incentivo à inovação. Uso de tecnologias para otimizar processos produtivos e promover a economia circular. Digitalização dos serviços financeiros e ampliação do comércio eletrônico.
- Pessoas Inteligentes: Estímulo à participação da população nas decisões e ao engajamento social. Investimento em educação e capacitação digital para inclusão tecnológica. Uso de inteligência artificial e análise de dados para personalizar serviços públicos.
- Governança Inteligente: Transparência na gestão pública. Participação ativa da população em decisões políticas e urbanas. Uso de big data e inteligência artificial para digitalização de serviços governamentais e gestão eficiente.
- Mobilidade Inteligente: Transporte público eficiente, acessível e sustentável. Infraestrutura para veículos elétricos e autônomos. Integração entre diferentes modais de transporte com tecnologias inteligentes.
- Ambiente Inteligente: Planejamento urbano sustentável com ampliação de áreas verdes. Uso de energias renováveis e eficiência energética em edificações. Gestão eficiente de resíduos sólidos e incentivo à economia circular.
- Modo de vida Inteligente: Qualidade de vida aprimorada por meio da digitalização de serviços. Saúde conectada com telemedicina e monitoramento remoto de pacientes. Segurança pública baseada em tecnologias preditivas e monitoramento inteligente.
Cidades Inteligentes no Brasil
Muitas cidades brasileiras estão se transformando para a sua digitalização, em busca de ser mais eficiente, sustentável, segura e com melhor qualidade de vida.
Desde 2015, a Necta e Urban Systems desenvolveram um ranking para eleger as Cidades mais Inteligentes no Brasil, considerando as que possuem mais de 50 mil habitantes (656 cidades). O Ranking, Connected Smart Cities, é composto por 74 indicadores em 11 eixos temáticos:
- Urbanismo
- Economia
- Educação
- Empreendedorismo
- Energia
- Governança
- Mobilidade
- Segurança
- Meio Ambiente
- Tecnologia & Inovação
- Saúde
Essa pesquisa parte do conceito de “cidade conectada”, onde o desenvolvimento é alcançado por meio da integração entre setores como saneamento, educação, saúde, economia e meio ambiente.
Em 2024, as cidades brasileiras que se destacaram como inteligentes foram:
- Florianópolis (SC), em 1º lugar, se destacando em temas como tecnologia e inovação, educação, ciclovias, saúde e segurança.
- Vitória (ES) recebeu o 2º lugar por sua governança, saúde, educação e mobilidade
- Em 3º lugar esteve a cidade de São Paulo (SP), que se sobressai na Mobilidade e Acessibilidade, principalmente pela diversidade de modais existentes.
- Curitiba (PR) alcançou o 4º lugar, sendo destaque no quesito meio ambiente, tecnologia e inovação e governança.
Cidades Inteligentes e a economia circular
Cidades Inteligentes também são aliadas no desenvolvimento das práticas de sustentabilidade, especialmente no investimento em economia circular, uma ferramenta muito importante principamente para grandes cidades.
Quando tratamos de economia circular, não podemos deixar de pontuar a complexidade que é o rastreamento de uma cadeia produtiva e da cultura de descarte. Muitas empresas, governos e entidades enfrentam o desafio de estruturar uma cadeia fechada, onde tudo o que se produz terá o destino correto.
Por isso, é por meio de tecnologias IoT propostas no modelo de Cidades Inteligentes, que é possível integrar dados da indústria e da sociedade, mapeando as necessidades, desafios e oportunidades para, assim, ser proposto soluções eficientes.
A Orizon, empresa de valorização de resíduos, é um exemplo de como o IoT pode ser usado para resolver problemas locais de forma eficiente. Atualmente, em território brasileiro, a companhia consegue oferecer diferentes serviços de gestão de resíduos, conforme a necessidade e oportunidade da região.
