
O aterro sanitário é uma obra de engenharia multidisciplinar. A estrutura conta com impermeabilização do solo para proteção dos lençóis freáticos, além da cobertura correta dos rejeitos ou pode ir além, valorizando os resíduos coletados, como nos Ecoparques da Orizon.
O Aterro Sanitário é uma resposta aos desafios da gestão de resíduos no Brasil que, em 2024, teve 41% dos resíduos sólidos urbanos (RSU) destinados de forma inadequada, causando não apenas um grande impacto ambiental, como também deixando de gerar novas soluções em torno desses materiais, através da reciclagem, compostagem, produção de biogás, biometano e outras alternativas.

A implementação desses espaços é fundamental para a gestão de resíduos responsável no Brasil, regida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, e prevê uma série de regras específicas que incentivam e regulam os aterros sanitários, como:
- A Proibição e o Prazo para Extinção de Lixões (art. 54): a lei proíbe a disposição final de resíduos sólidos em lixões, estabelecendo que os resíduos devem ter destinação ambientalmente adequada, preferencialmente com tratamento e reaproveitamento antes do descarte;
- Disposição Final Ambientalmente Adequada: os Aterros sanitários são aceitos como última etapa do processo de um resíduo, que deve ter a possibilidade de redução, reutilização e reciclagem. Ainda, a infraestrutura deve comportar o controle de gases, chorume e proteção do solo e das águas subterrâneas;
- Responsabilidade Compartilhada: a lei prevê a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, envolvendo o poder público, setor empresarial e a sociedade;
- Planos de Gestão de Resíduos: exige dos municípios a elaboração de Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), que devem conter diretrizes para a implantação e operação de aterros sanitários, incluindo a destinação de resíduos e recuperação de áreas degradadas;
- Tecnologia e Sustentabilidade: incentiva a adoção de tecnologias limpas, redução da geração de resíduos e aproveitamento energético, através da captura de biogás).
Como funciona um aterro sanitário
O aterro sanitário é um espaço preparado com impermeabilização do solo, captura de gases de efeito estufa, e tratamento do chorume, líquido advindo da decomposição dos materiais.
Essa infraestrutura é construída fora dos centros urbanos, ocupando áreas de grande extensão, serve não apenas para dispor os resíduos, protegendo o meio ambiente, mas também para evitar incômodos à população, como o mau cheiro e exposição a componentes perigosos, assim como assegurar que não afete a fauna e a flora.
O aterro sanitário consiste em três processos principais:
- A base, que leva uma camada de argila compactada, coberta com uma Manta Plástica PEAD, material impermeável que impede que os resíduos e seu líquido contaminem o solo e o lençol freático.
- O setor de execução, que recebe drenos de gás, que capturam os gases de efeito estufa, e os tubos de drenagem do lixiviado, o chorume, enviado para tratamento;
- O topo, que recebe os resíduos em camadas e, por fim, é coberto com uma camada de vegetação.
Legenda: Imagem feita por IA – Como funciona um aterro sanitário.
Ecoparque, a evolução do Aterro Sanitário
O Ecoparque é uma solução moderna e integrada para o tratamento e valorização de resíduos sólidos, um aterro sanitário que usa tecnologias para implementar a economia circular, permitindo que, em um único espaço, seja realizada a triagem, o reaproveitamento e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos.
Em um espaço como um Ecoparque, o resíduo não é apenas contido de modo a evitar danos ambientais, mas também é aproveitado para gerar impacto positivo.
Entre suas principais funções estão a geração de energia elétrica a partir do biogás, a produção de biometano (combustível renovável similar ao GNV), a compostagem para geração de fertilizante orgânico e a separação mecanizada de recicláveis.
Os resíduos que não podem ser reciclados ou compostados passam por processos como a blendagem, dando origem ao CDR (Combustível Derivado de Resíduo), utilizado como fonte de energia em fornos industriais e caldeiras em indústrias, como cimenteiras. Dessa forma, o Ecoparque reduz a emissão de gases de efeito estufa, valoriza o lixo como recurso e oferece uma alternativa segura, eficiente e sustentável aos antigos lixões.